Das coisas que NÃO vemos



Assim como as letras compõe a palavra, que compõe a frase, que juntas formam um texto, os átomos compõe a menor parte da matéria. Da desordem, complexidade e caos, faz-se tudo que nos é conhecido e visível aos nossos olhos. Visível?
Para que os olhos consigam formar as imagens que vemos, há a necessidade de luz. A luz que chega ao olho atravessa a córnea, o humor aquoso e a pupila, chegando ao cristalino, que direciona os raios de luz até a retina, onde se forma uma imagem invertida do objeto focalizado. A imagem que chega ao cérebro é então interpretada, de modo que a imagem - antes invertida - seja vista na posição correta.
Mas será que vemos realmente tudo que existe, ou apenas o que idealizamos como real?
Mas e se os átomos pudessem criar outras formas, as quais passam invisíveis aos olhos, apenas porque a nossa mente as desconhecem, portanto não as formam? 
Dizem que os índios não viram as caravelas chegando, não por estarem longe da praia, ou cuidando dos seus afazeres, mas simplesmente por nunca terem visto nada parecido com aquilo. A imagem simplesmente não foi interpretada no cérebro deles, passou despercebido, invisível.
E se apenas algumas pessoas pudessem ver essa "luz" (luz refletida pela matéria) que aos outros não é clara? 
E eles seriam loucos ou apenas imaginativos?
Só quem teve amigos imaginários (invisíveis) sabem como há uma linha tênue entre o real e o imaginário – como dizem os “normais”. Mas para mim, e tantos outros, era real – eu via, falava, brincava, brigava. Mas a gente cresce e a realidade opressora do mundo nos devora. Acaba com qualquer visão mais profunda – e principalmente livre – que podemos ter de tudo que está ao nosso redor. Somos amassados, misturados e moldados sob a fôrma única do ‘socialmente aceitável’, do pensamento e comportamento único. Cegam. E nós calamos, perdemos essa sensibilidade visual que tínhamos. Tudo para sermos como os demais, pertencer.

Mas e se isso para algumas pessoas nunca acabasse, apenas ficasse sufocado?
E se tentássemos nos desgrudar de todos os padrões pré-determinados e nos permitíssemos enxergar além dos olhos?



Para as minhas amigas imaginárias,
Nina e Laurita. Não as vejo mais, 
porém nunca esquecerei nossas brincadeiras. 

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