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Eclipse lunar, em touro, na casa 12

Cresci repreendida:  "não faça isso";  "está errado assim"; "não pense desta forma"; "não fale"; "não seja"; Entendi que ser quem eu era não era bom, era feio, não podia. Senti raiva. Senti injustiça.  Não pude expressar. Aprendi a reprimir.  Escondi.   Mas a raiva estava lá, e crescia. Me tornei uma versão má, fria e cruel - comigo e com os outros. Era como eu manifestava a minha raiva - julgando, apontando, criticando. Mas a raiva estava lá.  Aprendi a rebelar. Fiz más escolhas, cometi erros, agi de maneira contrária ao que eu realmente sentia, quem realmente eu era. Dissimulei. Menti.  E a raiva ainda estava lá.  Aos 18 quis mudar, recomeçar.  Questionei. Entendi. Me despi da rebeldia. A raiva estava lá.  Aprendizados, dissabores, perdas, dores. Anos que passavam. Algumas pinceladas de cores - aqui, ali.  Amadureci. Uma liberdade de ser quem eu era, de decidir, de opinar, de aceitar.  Por um momento a raiva não estava mais lá.  E ent

Contentamento

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Vivo o presente diariamente.  Tão presente fico  que, as vezes, me pego distante.  Observo, quase como telespectadora,  a realidade que buzina Que pia Que queima Que chora Que farfalha Que grita Ora ri, ora cinza Ah! Uma abelha! Seja bem vinda... já foi! Este cheiro...  O vento trás o pó; Vem chuva!   A umidade, terra molhada!  . . . p a s s o u . . . Sigo. Vivendo a cada dia  Não sinto a saudade no depois - Quando passa Quando muda Quando volto Quando deixo Levo comigo os cheiros, o pó, a luz; a terra molhada e o farfalhar. As risadas, as lágrimas e as buzinas. As imagens que registro deste filme da minha vida, deste protagonismo registrado, segundo a segundo, dos meus contentamentos. E penso: Saudade sente quem não vive Saudade sente quem não tá contente  Com o presente.  Ontem refleti sobre a saudade. Não a saudade de pessoas, mas a saudade de lugares. Percebi que não sinto saudades de lugares que já passei, visitei ou morei. Decidi refletir sobre isso. Senti, no fundo,