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Contentamento

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Vivo o presente diariamente.  Tão presente fico  que, as vezes, me pego distante.  Observo, quase como telespectadora,  a realidade que buzina Que pia Que queima Que chora Que farfalha Que grita Ora ri, ora cinza Ah! Uma abelha! Seja bem vinda... já foi! Este cheiro...  O vento trás o pó; Vem chuva!   A umidade, terra molhada!  . . . p a s s o u . . . Sigo. Vivendo a cada dia  Não sinto a saudade no depois - Quando passa Quando muda Quando volto Quando deixo Levo comigo os cheiros, o pó, a luz; a terra molhada e o farfalhar. As risadas, as lágrimas e as buzinas. As imagens que registro deste filme da minha vida, deste protagonismo registrado, segundo a segundo, dos meus contentamentos. E penso: Saudade sente quem não vive Saudade sente quem não tá contente  Com o presente.  Ontem refleti sobre a saudade. Não a saudade de pessoas, mas a saudade de lugares. Percebi que não sinto saudades de lugares que já passei, visitei ou morei. Decidi refletir sobre isso. Senti, no fundo,