Prefácio
Antes, muito antes de tudo ruir, existia um
novo animal: o homem. No princípio parecia desajeitado, fraco e facilmente
predado, tanto pelo meio hostil no qual
ele estava inserido, quanto pelos outros animais que o cercavam. Logo, para a
própria sobrevivência de sua espécie, ele percebeu duas qualidades que o
diferenciavam dos demais: sua capacidade e sua habilidade. Capacidade de
inventar maneiras de facilitar sua vida e habilidade de fazer com que suas
ideias se realizassem. Em poucos milhares de anos, defendeu tão bem seus
próprios interesses, inicialmente baseado em “instintos” de sobrevivência, que
logo tornou-se maioria.
A vida deste ser tão peculiar, antes
silenciosa, harmônica e primitiva, agora passava a ser barulhenta e egoísta.
Suas habilidades acabavam desequilibrando o meio em que ele se instalava. Seres
invasivos! Os animais corriam deles, com medo. Degradavam com facilidade tudo
que estava ao redor deles, desrespeitando as outras formas de vida que os
cercavam, com objetos que eles desenvolveram a partir das suas habilidades.
E eles foram crescendo e se tornando
milhares, depois milhões, e se espalhando por todos os lados. Se adaptavam
facilmente a qualquer meio, desenvolviam cada vez mais rápido suas habilidades
e matavam. Matavam tudo e todos que pudessem demonstrar algum perigo à sua
sobrevivência. Egoístas. Desrespeitavam a vida alheia, pensando apenas em sua
própria.
Chegou um momento no qual não havia mais
saída: ou eles, ou todo o restante. E foi assim que Gaia resolveu manifestar-se
e coloca-los no seu devido lugar.
Um dia este será o prefácio do meu livro.