Vulgar ato, aquele! Tão genuíno, ausente de qualquer destino. Inapropriado como o andar de um felino Insinuando-se como a labareda , hipnotiza , chama ! Serpenteando ascendente Ruborizando o olhar, que arde, delirante. Assertivo como flecha, Rompe com a escravidão.
As pequenas flores de pétalas purpúreas, cuidadosamente arranjadas ao longo da raquis, abrem-se - s u c e s s i v a m e n t e - ao sinal da sua chegada. O vento dispersa suave perfume, buscando atrair a sua atenção. Os olhares se cruzam. Respiração acelerada. Nectários cheios, transbordam doçura às palavras. A face aquece. O corpo todo é tomado por uma vibração, um formigamento. Alegria. Sorrisos. Ascendem-se, nas anteras de uma flor, os grãos de pólen. Asas que batem rápidas no estômago. Abelhas se aproximam enquanto você se afasta devagar. Assim como a Tulasi, o seu amor me é negado... Contudo, não há problema algum em se apaixonar.
Cresci repreendida: "não faça isso"; "está errado assim"; "não pense desta forma"; "não fale"; "não seja"; Entendi que ser quem eu era não era bom, era feio, não podia. Senti raiva. Senti injustiça. Não pude expressar. Aprendi a reprimir. Escondi. Mas a raiva estava lá, e crescia. Me tornei uma versão má, fria e cruel - comigo e com os outros. Era como eu manifestava a minha raiva - julgando, apontando, criticando. Mas a raiva estava lá. Aprendi a rebelar. Fiz más escolhas, cometi erros, agi de maneira contrária ao que eu realmente sentia, quem realmente eu era. Dissimulei. Menti. E a raiva ainda estava lá. Aos 18 quis mudar, recomeçar. Questionei. Entendi. Me despi da rebeldia. A raiva estava lá. Aprendizados, dissabores, perdas, dores. Anos que passavam. Algumas pinceladas de cores - aqui, ali. Amadureci. Uma liberdade de ser quem eu era, de decidir, de opinar, de aceitar. Por um momento a raiva não estava mais l...