A Viagem


Hoje peguei um ônibus errado.

Ontem no trabalho baixei várias músicas do Led Zepelin e coloquei no meu celular. Tava precisando dar uma variada nas coisas que eu estava acostumada a ouvir. Na real eu estava de saco cheio, meses com as mesmas músicas no celular. Mas não tive tempo de escutar, e hoje eu estava indo para o trabalho super feliz, ouvindo minha nova lista: Led, Janis, Amy e Beatles.


Achei um quarteto fantástico!

Daí num momento "break another piece of my heart now baby" eu entro no ônibus errado. E só percebi mesmo que ele estava errado, quando ele começou a passar por umas ruas muito estranhas, que eu não conhecia.

Num momento entre a Amy e o Mr. Robinson, o motorista virou numa quebrada, e entrou numa estrada de terra e a estrada começou a se estreitar e as casas começaram a ficar cada vez mais distantes umas das outras . . . Quando Robert Plant entoou suas primeiras notas com Dyer Maker, a estrada era apenas um caminho no meio das árvores. E essa estrada subia. E já não haviam mais pontos de ônibus na beira da estrada e nem muitos passageiros dentro do ônibus.

E eu estava atrasada.

No caminho todo tinham muitas árvores daquelas "peludas" (com barba de velho pendurado nos galhos e muito limo nos troncos). Estamos num lugar muito úmido e com o relevo muito acidentado. Quase não há plano. No final do morro, à esquerda, entre as árvores, logo abaixo no terreno tem uma casa de madeira, de cor cinza, e mais ao lado tem um lago. E tem patos. Achei bonitinho. Paisagem bem bucólica. E quando a estrada começa a parecer uma serra, começa a tocar The House of the Rising sun.

Nesse momento eu comecei a ficar meio entre pavor (por causa da música sincronizando com o que eu estava vendo) com um pouco de pânico por não saber aonde eu ia parar, mas ao mesmo tempo eu estava muito re la xa da , quase como se eu estivesse numa viagem, não em algo real.


P s i c o d e l i a .

Garoava.
Numa das curvas da estrada o ônibus parou e fez uma espécie de volta (isso tudo meio que indo pro meio do mato assim) e depois ele virou numa "rua" que eu não tinha visto, pois ficava do lado oposto da minha janela, e era tão pequena e estreita que mais parecia um carreiro.
Começa a subir novamente, tem algumas curvas, All of my love começa a tocar e... uma clareira. Não, é um terreno! Não! É um pasto! Sim! É um pasto e tem um lago e fica numa declividade. Tem árvores peludas, Ours is the fire, all the warmth we can find, quando eu vejo ovelhas marrons com carinha preta e ...

All of my love, all of my love, oh,

All of my love to you, now.
All of my love, oh, yes, all of my love, to you now
All of my love to you, child.

Comecei a rir sem parar no ônibus e as ovelhas pareciam estar ao som da música. Pareciam que andavam e comiam no ritmo!
Então o ônibus desceu, a rua a l a r g o u , logo o asfalto chegou e nisso entrou All you need is Love... love is all you need... e eu estava na cidade. Movimento de carros. Nothing you can do, but you can learn how to be you - in time , terminal , is easyyyyy....

Que viagem!

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